Saturday 8 June 2013

A vida maltratada que ressurge no Cetas de Manaus

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Filhote de onça-parda (Puma concolor). Quando esse animal chegou filhote ao CETAS, foi necessário amamentá-lo 6 vezes por dia, prover aquecimento especial e cuidados intensivos. Felinos filhotes dificilmente têm condições de retornar para a natureza, já que aprendem muita coisa com a mãe nos primeiros meses de vida. Infelizmente o futuro de animais como esses é o cativeiro. Fotos: Diogo Lagroteria
Os CETAS são Centros de Triagem de Animais Silvestres. Eles têm a função de receber animais apreendidos, resgatados e entregues pela população em geral. Devem fazer o trabalho de recebimento, triagem, cuidados e destinação dos animais. Normalmente os animais que chegam aos CETAS estão em más condições. Embora o objetivo ideal seja devolver esses animais à natureza, um conjunto de fatores incapacitantes pode impedir esse retorno. A maioria acaba em zoológicos, centros de pesquisa e criadores legalizados. 

Diogo Lagroteria trabalha no CETAS-AM (Manaus) como coordenador, médico veterinário, tratador, administrador e, além de todo esse acúmulo de funções devido à equipe reduzida, ainda arruma tempo para ser o fotógrafo. Seus registros fotográficos são um esforço para gerar conhecimento dentro do CETAS. Segundo Diogo, “um CETAS deveria servir para gerar pesquisa e informação sobre os animais que recebe e trata. Isso deveria ser uma política pública, uma diretriz, mas não é o que ocorre”. 

Corujinha-do-mato (Megascops choliba): Essa espécie de coruja chegou no CETAS com a asa quebrada. Após longo período de reabilitação foi microchipada e retornou para a natureza.
Diogo fotografa desde criança, mas foi trabalhando com o ornitólogo e fotógrafo Robson Czaban que vislumbrou a possibilidade de fotografar os animais que passam pelo CETAS-AM. Ele afirma: “Eu vi nessa possibilidade, a chance de mostrar uma parte da nossa biodiversidade por outro ângulo. Tentar usar a fotografia para sensibilizar as pessoas e quem sabe um dia os tomadores de decisão, para mostrar o quão importante é a questão da fauna no nosso país”. 

Além da importância documental (animais maltratados, grandes apreensões e o dia a dia do CETAS), as fotografias de Diogo revelam, com grande sensibilidade, o trabalho heroico da equipe do CETAS-Manaus pelo ângulo de quem o vê de dentro. “É uma alegria em dobro quando eu fotografo um filhote que foi criado e agora está apto ou cenas de soltura de animais. A fotografia é um complemento do trabalho. E não deixa de ser uma forma de registrar a beleza da nossa fauna e reduzir um pouco o estresse da rotina de ver os animais chegarem debilitados e maltratados.”

*Texto de Marcio Isensee


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